Gabi Melim celebra 15 anos de carreira e nova fase solo – Entrevista Exclusiva
Após ganhar o Brasil como parte de uma banda com os irmãos e acumular mais de 15 anos de estrada, Gabi Melim retorna aos palcos de forma independente e em carreira solo. Em conversa exclusiva com o site, a cantora fala sobre o processo criativo de seu álbum “Gabriela”, os desafios de recomeçar sem gravadora e revela parcerias dos sonhos para os próximos projetos.

Gabi Melim em imagem promocional. Imagem: Instagram.
Leandro Dantas:
Você comemora 15 anos de trajetória musical e agora lança seu primeiro álbum solo completo, “Gabriela”. Como tem sido esse novo capítulo na sua carreira?
Gabi Melim:
Foi um período de muito aprendizado e satisfação. Senti, pela primeira vez, total liberdade para explorar minhas influências de ritmos brasileiros — do Ijexá ao Coco, do samba ao reggae — sem amarras de formato de banda. Essa imersão profunda me trouxe um senso de leveza e autenticidade.
Leandro Dantas:
O título “Gabriela” faz referência ao seu nome completo e, segundo você, ao universo de Jorge Amado. Como essa escolha dialoga com o conteúdo do disco?
Gabi Melim:
Escolhi “Gabriela” porque traz um duplo significado: é meu nome por inteiro e evoca a brasilidade literária de “Gabriela, Cravo e Canela”. Quis que o projeto refletisse identidade visual (tons terrosos, flores brasileiras) e sonora, unindo estética e música num só conceito.
Leandro Dantas:
Quais foram os maiores desafios de se reinventar agora de forma independente, sem o apoio de uma gravadora?
Gabi Melim:
O maior desafio é comunicar diretamente com um público novo, além de quem já me acompanhava na banda. Assumo funções antes delegadas à gravadora — da produção à divulgação — ao mesmo tempo em que preciso preservar meu lado artístico e emocional. É exaustivo, mas muito recompensador. Então, por isso o Gabriela, sabe, e também por me representar, porque às vezes num grupo a gente não consegue se aprofundar tanto num integrante, né, o grupo é a junção ali dos três, e acho que por esse trabalho mergulhar muito nas minhas referências e tudo que eu sempre escutei, por isso a gente também intitulou Gabriela, porque mergulha na minha trajetória.
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Leandro Dantas:
Falando em turnê, você já fez seu primeiro show em São Paulo e segue para o Vivo Rio em 8 de maio. O que o público pode esperar dessa noite — especialmente com a participação de Maria Gadú?
Gabi Melim:
O Rio é minha casa e dividir o palco com a Maria Gadú, é a voz da nova geração que mais me influencia, fora que ela é uma excelente compositora, instrumentista, e uma amiga que eu amo de paixão, uma pessoa com um coração maravilhoso, que é super envolvida, super ativista em causas indígenas. Então eu acho que ela tem tantas coisas que eu admiro, (8:02) e poder ter ela nessa estreia me apoiando ali é muito marcante pra mim. Eu vou ficar cantando com ela e babando, porque eu realmente adoro a Maria.
Leandro Dantas:
Trabalhar em grupo tem sua própria dinâmica e carreira solo também. E pra você, como que você sente, quais foram, no caso, os maiores desafios de estar nessa nova liberdade de trabalhar em carreira solo?
Gabi Melim
Os desafios estão mesmo nessa sensação de reinício, embora muita gente já me conheça pela banda, lançar um projeto 100% autoral e gerir tudo sem gravadora demanda comunicação direta com um público novo e o cuidado constante com inseguranças e medos. Tenho que equilibrar minha dedicação ao emocional — para me manter confiante — com o envolvimento em todas as etapas do processo (produção, divulgação, gestão), sem me afastar da parte artística, que é o que realmente me representa como compositora e cantora.
Leandro Dantas:
E, nesse novo recomeço, qual aspecto você mais tem valorizado?
Gabi Melim:
Sem dúvida, a liberdade. Poder criar e seguir minha intuição sem precisar justificar cada escolha me traz um alívio criativo e uma leveza que não trocaria por nada.
Leandro Dantas:
Você gravou recentemente “Bela Horizonte” com Duda Beat. Quais outras parcerias você ainda sonha em realizar?
Gabi Melim:
No Brasil, tenho vontade de colaborar mais com artistas do Nordeste, como João Gomes e Bruno Berle, com quem já trabalhei. Internacionalmente, sonho em gravar com Rosalía pela originalidade dela. Também adoraria revisitar parcerias com Lulu Santos — já gravei duas vezes e quero repetir essa dose!
Leandro Dantas:
Além da música, em que outras formas de arte você se expressa?
Gabi Melim:
Gosto de cozinhar. Eu acho que eu cozinho bem, aprendi muito com minha mãe. Eu acho que a culinária é uma arte também. E brinco com instrumentos, mesmo sem ser instrumentista profissional. Também danço e, quem sabe, um dia traga essas expressões ao palco em performances diferenciadas.
Leandro Dantas:
Durante a seleção de faixas, algumas músicas ficam de fora. Há alguma que você pretenda resgatar em futuros lançamentos?
Gabi Melim:
Assim que eu gravar músicas inéditas, de repente eu faço essa repescagem, e trago alguma música que ficou, sabe? Teve uma canção que ficou de fora do álbum que ela quase entrou, que se chama “Coisa Pouca”, porque eu achei que esteticamente a produção não estava combinando com o álbum. Então ela acabou não entrando, mas quem sabe eu não gravo ela em breve, sabe!
Leandro Dantas:
Muito obrigado, Gabi. Eu gostaria de convidar todo mundo do Rio de Janeiro, de São Paulo, pra ir no seu show dia 8 de maio, que eu tenho certeza que vai ser incrível, no Vivo Rio. Muito obrigado, eu espero que a gente possa se encontrar ainda mais e mais vezes. Eu na minha carreira e você na sua e que a gente cresça muito mais. E foi isso, muito obrigado.
voltarGabi Melim:
Obrigada, meu amor. Eu espero isso pra gente também. Se estiver pelo Rio no dia 8, você é meu convidado. Vai ser muito bem‑vindo no Vivo Rio. Muito obrigado. Um beijo, tá? Obrigada, Lê.