Crítica: Em Everything I Thought It Was, Justin Timberlake parece mais antiquado do que nunca.
Depois de passar alguns anos retocando sua posição no topo da cadeia alimentar do privilegio masculino, saindo ileso das polêmicas com Janet Jackson e Britney Spears, que foram trucidadas pela misoginia do público, Justin Timberlake retorna pronto para falar sobre tudo o que sofreu.
Mas o problema é que, por mais que tente, ele não tem nada de interessante a dizer. E é por isso que Everything I Thought It Was soa como um completo vazio temático — exceto nos momentos em que o pop e o R&B ainda parecem nostalgicamente eficazes, como em “Paradise (feat. *NSYNC)”.
Há, de fato, algo interessante acontecendo aqui. Faixas como “Technicolor”, e seus mais de sete minutos de duração, e “Liar”, parceria com Fireboy DML, parecem renovar o histórico de bons refrões e ritmo minimamente cativante com que Justin dominou os anos 2000. O mesmo não se pode dizer de “Infinity Sex” e seu tom altamente apelativo, e de “Love & War”, cujo ritmo lento desafia o ouvinte a prestar atenção em algo diferente dos esforços vocais do cantor.
“Sanctified”, dueto com Tobe Nwigwe, não é apenas antiquado, mas também parece vir direto da trilha sonora de 50 Tons de Cinza – uma amostra da breguice que acompanha a carreira de Justin há muito tempo.
Everything I Thought It Was se propagou como o grande retorno de uma lenda pop, embora haja dúvidas sobre o quão merecedor Timberlake é desse título. Essas contravenções sobre a mistura entre personalidade e produto servem até de exemplo para mostrar que, por mais difuso que tente ser, certos nomes sempre vão permanecer na mesmice.