Crítica: Em Everything I Thought It Was, Justin Timberlake parece mais antiquado do que nunca.

sexta-feira, 15 de março de 2024
por Matheus José

Depois de passar alguns anos retocando sua posição no topo da cadeia alimentar do privilegio masculino, saindo ileso das polêmicas com Janet Jackson e Britney Spears, que foram trucidadas pela misoginia do público, Justin Timberlake retorna pronto para falar sobre tudo o que sofreu.

Justin Timberlake em imagem promocional. Imagem: Divulgação.

Justin Timberlake em imagem promocional. Imagem: Divulgação.

Mas o problema é que, por mais que tente, ele não tem nada de interessante a dizer. E é por isso que Everything I Thought It Was soa como um completo vazio temático — exceto nos momentos em que o pop e o R&B ainda parecem nostalgicamente eficazes, como em “Paradise (feat. *NSYNC)”.

Há, de fato, algo interessante acontecendo aqui. Faixas como “Technicolor”, e seus mais de sete minutos de duração, e “Liar”, parceria com Fireboy DML, parecem renovar o histórico de bons refrões e ritmo minimamente cativante com que Justin dominou os anos 2000. O mesmo não se pode dizer de “Infinity Sex” e seu tom altamente apelativo, e de “Love & War”, cujo ritmo lento desafia o ouvinte a prestar atenção em algo diferente dos esforços vocais do cantor.

“Sanctified”, dueto com Tobe Nwigwe, não é apenas antiquado, mas também parece vir direto da trilha sonora de 50 Tons de Cinza – uma amostra da breguice que acompanha a carreira de Justin há muito tempo.

Everything I Thought It Was se propagou como o grande retorno de uma lenda pop, embora haja dúvidas sobre o quão merecedor Timberlake é desse título. Essas contravenções sobre a mistura entre personalidade e produto servem até de exemplo para mostrar que, por mais difuso que tente ser, certos nomes sempre vão permanecer na mesmice.


Nota: 6/10

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